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Nota ao Basquete Brasileiro 19/08/2020 14:35

Na última semana, a comunidade do basquete brasileiro tomou ciência pelos meios de comunicação do país sobre o acordo entre o Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) e a Liga Nacional de Basquete (LNB) para arcar com parte dos custos na realização de competições profissionais adultas do basquete nacional, podendo se estender para outras ligas, federações e até modalidades.

O esporte brasileiro sofre com cortes de investimentos constantes desde o fim das Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, e vive as incertezas anos pós-pandemia do Corona Vírus que virão, além da crise econômica causada pela mesma que já é sentida. Considerando este contexto e as dificuldades históricas na promoção do esporte amador, é com preocupação que a Federação Catarinense de Basketball (FCB) vê o futuro do basquete brasileiro.

A FCB realiza mais de 1,3 mil jogos por temporada em todas suas categorias femininas e masculinas, números que, somando com as demais entidades, ultrapassam as 2,5 mil partidas de basquete em Santa Catarina por ano. Um cenário que nos orgulha, mas que só é possível com uma parceira forte ao nosso lado por mais de uma década e com características específicas do nosso estado como distâncias curtas e formação econômica descentralizada.

Temos consciência de que esse não é o cenário da maioria do país e nos solidarizamos com todas as instituições que dependem diretamente do investimento público para fazer basquete de forma massiva e impactar a sociedade. Ao desenvolvermos a base, todas as iniciativas esportivas do país – independente da modalidade – contribuem diretamente para a formação do Estado Brasileiro na promoção da educação, saúde, lazer, cidadania e muitos outros direitos básicos, além, é claro, dos valores na vida de meninas e meninos das mais diversas e distantes localidades do país.

Por fim, nossa preocupação também se dá no campo esportivo, pois com a mudança de investimentos da base para a ponta em um momento de escassez de recursos, como garantir o futuro da nossa modalidade? Ao pensar nos problemas atuais de instituições que possuem outros meios de garantir saúde financeira, colocamos em risco a formação de futuros profissionais – de quadra, gestão, saúde, comunicação, etc.– e até das pessoas que se tornam fãs de basquete, essenciais para garantir um horizonte de sucesso.

Entendemos as dificuldades vividas atualmente pelo esporte, o cenário é desfavorável para todas as categorias, do profissional à base, e nos manifestamos para propor novas soluções. Que o CBC busque o diálogo com as partes envolvidas, que ouça os pontos levantados nesta e em outras manifestações, e que pense em uma destinação mais democrática dos recursos públicos para promover mudanças na vida do máximo de pessoas por meio desse esporte que tanto amamos que é o basquete.

Fábio Deschamps, presidente da Federação Catarinense de Basketball

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