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Do Basquete à Assistência Social, nossa essência é antirracista 03/06/2020 12:05

Meu nome é Lucas Inácio, sou coordenador de Comunicação da Federação Catarinense de Basketball, jornalista, natural de Florianópolis e negro. Faço essa apresentação com total apoio da diretoria da FCB, o mesmo apoio que recebo desde setembro de 2017, ano em que iniciei minha jornada na instituição. De lá para cá produzi fotos, matérias, postagens em redes sociais, fiz transmissões, entre outros conteúdos de mídia. Com a mesma seriedade e comprometimento de sempre, escrevo mais este texto em nome da Federação, certamente o mais difícil até aqui.

É sabido por todos que o esporte é um dos principais instrumentos de inclusão social ao longo dos anos, sobretudo os esportes coletivos. Dentre estes, está o basquete que historicamente é uma das modalidades mais importantes na promoção da igualdade racial no Brasil e no mundo. De Bill Russell a Rosa Branca, de Lusia Harris a Janeth Arcain, e em times históricos como o Harlem Globetrotters – que esteve em Santa Catarina nos anos 50, inclusive –, a bola laranja promove mudanças.

Porém, mesmo sendo vanguarda, o basquete não está isolado da sociedade, ele faz parte de um todo e no Brasil está inserido em um país que viveu quase quatro séculos de escravização do povo africano e abandono social de seus descendentes após a abolição. O problema ecoa até os dias de hoje, mas conseguimos vencer barreiras ao longo dos anos, muitas delas com a ajuda da nossa modalidade. É por respeito à história do basquetebol e, acima de tudo, à população negra, que a Federação Catarinense de Basketball reforça sua luta contra o racismo.

Todas as vidas importam, é claro, mas como instituição de assistência social que é, a FCB não pode ignorar os indicadores que mostram que as vidas negras são as mais atingidas pela violência , pela educação , pela desigualdade salarial , pela falta de saneamento básico  e até pela Covid-19 . Reconhecer que estes e tantos outros números são resultado de uma desigualdade estrutural é o primeiro passo para mudarmos este cenário, mas não podemos parar por aí.

Este não é um problema que se resolve sozinho, por isso o comprometimento de todas as classes e instituições é essencial, principalmente com ações. A FCB desenvolve esses valores nos trabalhos da FCB Social, na formação de seus profissionais, nas competições que promove e em outras ações que realiza, porém devemos avançar cada vez mais, trabalhar dia após dia, uma luta constante até que o racismo não seja mais um problema em nossa sociedade.

Todas as vidas importam, então é nosso dever lutar para que todas sejam vividas com a mesma dignidade.

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